Como cristã, não acredito em coincidências, tampouco em
destino. Mas acredito em um Deus onisciente e de amor infinito que empenha
todos os seus esforços, até o limite do nosso livre arbítrio, para nos conduzir
aos Seus planos – cabe dizer: os melhores que podemos ter. A isso, chamamos de
Providência Divina.
As intervenções de Deus na minha história ficaram mais claras
quando estava na Europa – na verdade, em todo o processo, desde a noite em que
não conseguia dormir e cogitei a hipótese de me mudar até meu voo de volta ao
Brasil – incluindo tudo que eu vivi lá, as pessoas que (re)encontrei, os
empregos que tive, os lugares que visitei, as famílias com quem morei... tudo
era nitidamente providência divina.
O estranho é que desde que voltei ao Brasil a providência
divina parecia não funcionar mais tão bem. Tive uma oferta de emprego maravilhosa,
mas não rolou, depois outras apareceram, mas nada acontecia. Até que encontrei
meu atual trabalho, algo um tanto quanto distante das minhas aspirações
profissionais.
Nesse meio tempo, não
por acaso, assisti um sermão do meu cunhado sobre a vida de Esther, que
dizia algo como: “Talvez seja para esse momento que Deus te conduziu até aqui”.
Eu gostei muito da mensagem, mas não entendi
se e como aquilo se encaixava com a minha vida naquele momento. Hoje, sete
meses depois, eu tenho uma vaga ideia...
Poucas vezes na vida meus sentimentos foram tão
contraditórios e pouquíssimas vezes eu repensei minhas atitudes como eu
precisei fazer nesse período. De uma forma ou de outra, a dinâmica do ambiente e a
sinceridade das pessoas me fizeram enxergar alguns defeitos que eram tão óbvios
em mim, mas eu negava. Um dia, ouvi críticas duras de uma pessoa que eu
admirava muito. Fiquei arrasada, mas quando contava a situação para minha
família, a resposta era sempre a mesma: “você está tendo uma grande
oportunidade para melhorar”. Em outras palavras, “quem sabe se não foi para tal
tempo como este que chegaste ao reino?” (Esther 4:14).
A verdade é que nem sempre a providência divina faz sentido
para a gente. Talvez, demore algum tempo até que entendamos o porquê das coisas
acontecerem desta ou daquela maneira, talvez não entendamos nunca. Mas, como
bem disse meu cunhado no tal sermão sobre Esther: “você quer que as coisas
façam sentido, Deus quer ganhar o jogo”.
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