Eu conheci a Karina quando éramos Au Pairs na Bélgica. Ela terminou seu programa, voltou para o Brasil e, alguns meses depois, lá está ela cuidando de crianças novamente. Dessa vez, na Holanda. Nesse guest-post, ela conta um pouco dessa experiência.
O 1º intercâmbio eu fiz em 2010 e o principal motivo que me
levou a trancar a faculdade praticamente no final do curso foi que eu precisava sair de Recife. Eu parecia
uma velha ranzinza, reclamando de tudo e de todos. Era hora de mudar os ares.
Passei um ano e quatro meses como au pair na Bélgica, e
(clichê), foi um dos melhores anos da minha vida. Incontáveis amizades, 14
países conhecidos, romance, festas, gastronomia, língua... é mais facil dizer o
que não foi diferente do que estou acostumada. Voltei para casa e foi um
choque. Eu já sabia que o primeiro mês de volta a terrinha ia ser maravilhoso
mas dificil ao mesmo tempo, só que não durou um mês, nem dois... Quando eu vi,
já fazia um ano que tinha voltado e meu desânimo permanecia. Foi ai que resolvi
viajar novamente.
Entre decidir ser au pair de novo e até ter o visto na mão,
foram 5 meses. Tempo recorde! A Holanda
não era algo misterioso. Já tinha vindo ao país três ou quatro vezes, a língua
também já estava acostumada. Seria fácil a adaptação. Cheguei num dia de sol e bastou sair do avião
para vir aquela sensação de “estou em casa”. O mundo é a minha casa.
Mas as comparações começaram... Acho que é inevitável não
pensar no que um país tem de melhor ou pior. Primeiro choque foi com o
transporte público. Serviço eu achei igual, tanto de ônibus quanto de trem (são
os dois que mais uso aqui e também lá na Bélgica), mas os preços... Vi os euros
indo pelo ralo e fiquei um mês xingando haha. Aqui eu saio para outras cidades
praticamente todo final de semana, o que não acontecia na Bélgica. Minha vida
se resumia a Bruxelas (ou Gent uma vez ao mês).
A língua também é outra diferença, pelo menos para mim. Sim, é
praticamente a mesma coisa flemish e dutch, mas o sotaque... Um, eu entendo
perfeitamente, o outro soa como alemão...
As pessoas... Acho o belga mais aberto que o dutch mas isso
de que europeu é chato, não passa de intigra da oposição. Dutch só é mais mão
de vaca, isso é verdade.
A vida noturna daqui é mil vezes melhor, mas a cerveja mil
vezes pior.
E como não amar a fiets? Andar se tornou chato! Em quase
três meses, arrisco a dizer que esse é meu maior amor holandês.
Amsterdam... Não consigo nem definir. Porque tão linda?
Bruxelas é meu xodó, aquela bagunça que me lembra um pouco o Brasil.
A diferença mais gritante: amizades. Como a lei do au pair
na Holanda mudou não tem nem um ano, a maioria das meninas vem pra cá com 20 – 23
anos, e eu me sinto A idosa perto delas. Sai da fase de curtir, badalar, tomar
todas e fazer isso durante as 48h do final de semana. Eu não consigo acompanhar
o ritmo e tem sido prazeroso ficar em casa tomando vinho e papeando com os
hosts.
Cheguei a conclusão que não da para comparar as
experiências. O 1º intercâmbio é marcante pois tudo é novo, seus amigos estão
no mesmo barco que você. Já o segundo você chega preparada, mais desenrolada.
A única coisa que não muda nem se eu viajar mil vezes, é o prazer de ao meu
redor ouvir um idioma estranho, sentir
uma felicidade gigante com coisas banais (andar de bicicleta de madrugada com o
som nas alturas e o vento gelado na cara) e ser grata por tudo isso.
Karina Melo é hoteleira e viajante profissional.
Karina Melo é hoteleira e viajante profissional.
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