terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Guest-Post: Natal, onde o mar de água quente se mistura com o céu



Eu conheci Natal-RN ainda bem criança e o tempo apagou quase todos os detalhes da viagem, mas alguns grandes acontecimentos me marcaram: passeio de buggy nas dunas, tirolesa, esquibunda, bar na piscina do hotel e ponto brasileiro mais perto da África (juro que fiz esforço para tentar enxergar o outro continente). A Tati, minha querida amiga da faculdade para a vida, visitou Natal mês passado e tem histórias e dicas bem interessantes para contar. Aproveitem o guest-post.


"Quando buscava um lugar para conhecer nas férias, tinha apenas uma certeza. Nesse verão, quero conhecer praias lindas e paradisíacas. Como não tive muito tempo para planejar, decidi ir na CVC fechar um pacote para não ter com o que me preocupar. A maioria dos pacotes para o Nordeste já estavam fechados, mas tinha duas vagas para Natal. Não pensei duas vezes! Levei minha mãe para a tal Cidade do Sol, como é conhecida carinhosamente. Parece que chove pouco, mas quando cheguei o tempo estava nublado. No mesmo dia, chovia (às vezes, bem forte, mas era rápido mesmo), abria um sol forte e nublava. 

A boa notícia é que logo quando desci do avião, percebi também que a melhor coisa que fiz foi ir por uma agência. Infelizmente, o transporte público é bem precário. Quase não tem ônibus circulando e o único jeito de conhecer as melhores praias e se deslocar é de carro ou táxi. No pacote da CVC, o ônibus de turismo leva você para vários lugares e não falta programação. Só tive um dia livre em uma semana, o que foi ótimo. O hotel reservado era o Praia da Costeira, na via costeira, uma avenida que só tem hotéis. As piscinas eram ótimas, o quarto muito bom e tinha de tudo lá dentro: academia de ginástica (conseguir ir duas vezes, tinha até instrutor!), restaurantes e uma praia particular. O mar não era muito tranquilo, então fiquei apenas na piscina, especialmente a que tinha uma espreguiçadeira dentro da água. Uma delícia! Mas, ali por perto só tem dunas. Não dá para ir a pé para restaurantes, supermercados ou qualquer outro lugar. O que não agradou muito a gente! A região que concentra o “fervo urbano” é Ponta Negra. Sem dúvida, a melhor opção para se hospedar!

Para conseguir aproveitar ao máximo, não tem jeito. Tem que acordar bem cedo. Por volta das 6h, o ônibus chegava no hotel para buscar a gente. A primeira praia que conhecemos era Pirangi, perto do “maior cajueiro do mundo”. Não quis pagar para entrar. O valor era R$ 6,00 e estudante paga meia, mas do lado de fora você já tem uma boa ideia da imensidão dele. É um quarteirão ocupado por uma vasta mata cheia de galhos, cercava por uma grade. Entramos por um restaurante na praia e escolhemos caminhar, em vez de fazer o passeio de saveiro. Foi ótimo! Cada passo revelava uma nova paisagem, até chegar num trecho cheio de pedras negras, lindas. A água quente do mar tranquilo valia várias pausas para o mergulho. Em alguns pontos (que só dá para descobrir realmente caminhando pela areia) a maré se mistura com algumas lagoas naturais. Resolvemos apenas comer besteirinhas como castanhas e não almoçar no restaurante, o preço era bem salgado. E, pelo o que vi, todos os indicados pela CVC eram caros. A melhor opção é levar lanchinhos, petiscar e depois comer em um restaurante frequentado pelos “locais”. 





No dia seguinte, fomos para a Baia Formosa, lugar que se orgulha de ter sido cenário de algumas cenas da novela “Flor do Caribe” (sim, tem uma placa!). A praia é linda, mais uma vez, ficamos em um restaurante, que tinha até piscina. Mas, a melhor parte foi o passei de buggy! É o mais em conta, pagamos R$ 280 pelo carro, que pode ser divido por quatro pessoas. Ver as dunas, passar por cima delas como se atravessasse um deserto cercado por mar é incrível. Chegamos até Sagi, um vilarejo humilde, com cabras e cachorros na rua, mas que tem o cruzamento do mar com o rio. Quase na fronteira com João Pessoa. Depois, seguimos por dentro da Mata Atlântica até chegar na lagoa da Coca-Cola. A água é bem escura, por causa das raízes das plantas que cercam a lagoa. Dá para sentir algumas algas passando por baixo de você, mas é refrescante, divertido e surpreendente. O passeio dura umas três horas e vale cada centavo. 



A Barra do Cunhaú é a praia conhecida por ser uma piscina natural. O mar é bem tranquilo, especialmente depois das 15h. A água é bem limpinha e quentinha. Bem afastada, se caminhar depois da região onde ficam os restaurantes, a praia fica praticamente deserta. Minha mãe ficou até com um pouco de medo. Mas, vale alguns passos para ter a sensação de estar praticamente sozinha com tanta beleza natural. 



No dia seguinte, fomos para Cacimbinhas, uma praia que fica no meio de falésias. Você precisa descer uma escada com mais de 150 degraus para chegar lá. Mas, vale a pena. O mar é aberto, com ondas mais fortes, por isso, os surfistas frequentam mais o local. Porém, é ali que dá para ver com mais facilidades os golfinhos! Sim, não espere vê-los pertinhos. Tive que prestar bastante atenção para ver apenas um saindo e entrando na água, muito rápido. Mas, eu amo golfinhos e fiquei completamente “abufelada” (apaixonada, na língua nordestina) com a possibilidade de estar perto deles. Em volta, apenas a natureza. Uma belo cenário!

De tarde, fomos para o complexo da Pipa, o lugar que mais gostei! A rua principal é decorada com muita arte e formosura, lembra a rua das pedras, em Búzios. A praia fica lotada de gente, mas o mar é o mais delicioso de todos! Água quente, poucas ondas e bem clarinha, até um labrador nadou perto de mim. Um passeio de trem que custa R$ 13,00 levou a gente para a paisagem mais linda que já vi na vida! Subimos até o topo de uma falésia, onde até foi gravado a abertura do “Fantástico” da década de 80, em que algumas mulheres dançavam.  Uma das praias é em forma de coração! Em Pipa, também tem uma vida noturna bem movimentada. O ideal é se hospedar pelo menos um ou dois dias lá.

A última praia que conheci foi Maracajaú. Não tem muita graça, a areia tem muitas pedras, por isso, não dá para ficar confortável no mar. Mas, o mergulho é encantador. Dá para ver peixes nadando, corais e nem é necessário saber nadar muito bem. Uma boia prende sua cintura! Infelizmente, esse passeio não pude fazer, mas pelas fotos que vi, recomendo demais! A parte mais legal também é o passeio de quadriciclo. Eu dirigi o que parecia uma moto com quatro rodas, com minha mãe na garupa, no meio de várias dunas. A experiência de subir e descer, sendo que você está no comando, é bem legal! Na verdade, só é preciso apertar o acelerador e freio, sem mistérios. Um instrutor acompanha o grupo. 

 



Sobre alimentação, realmente os frutos do mar são um sucesso por lá. Tem até rodízio de camarão. Como não gosto, escolhi a carne de sol em quase todas as ocasiões. Um prato individual dá fácil para duas pessoas (se bobear, três!). Comi um bolinho de aipim com carne de sol no Centro de Turismo, uma antiga cadeira que virou um shopping de artesanato com shows de forró, que estava muito bom. Recomendo! Devido a quantidade de mangues, o carangueijo também aparece em todos os cardápios. Achei amargo, mas provei. Minha parte favorita era a tapioca, de diversos sabores, e as castanhas doces! Sim, tinha de mel, gergelim e até chocolate. Cocada, inclusive a quenga, a mais famosa, é um sucesso e tem em todos os lugares também. Vale trazer como lembrancinha até!
 


Aliás, shopping de artesanato é o que não falta em Natal. O mais em conta que encontramos ficava perto do shopping Praia Mar, em Ponta Negra. Desde bolsas de moedas, chapéu, lápis de cor até toalhas e vestidos de renda, tem para todos os gostos. Nesses lugares, SEMPRE tem castanha (salgada ou doce). O quilo custa R$30, 00 em média.  Só o que me incomodava era a mania do povo achar que “turista tem dinheiro”. Toda hora, alguém pedia um dinheiro ou se oferecia para segurar uma sacola, por exemplo, apenas para ganhar um trocado. Um menino chegou a levar um jegue para a praia de Barra do Cunhaú e cobrar para as pessoas tirarem fotos com ele, por exemplo. Os artistas locais pipocavam de todos os cantos possíveis oferecendo flores de papel, ímas de geladeira e tudo mais que se pode imaginar. 

A melhor parte de Natal está no céu. É impressionante como as estrelas parecem brilhar com mais intensidade. Nunca tinha visto uma cadente e vi duas de uma vez só! Além disso, as nuvens se misturam com o sol e o mar e fazem um verdadeiro espetáculo da natureza. Então, não esqueça de olhar para cima quando for para lá, vale muito a pena! Outra  parte positiva foi conhecer algumas pessoas tão legais como a Sônia, que comemorava 30 anos de casada com o marido, o João Carlos, entre brigas divertidas e muitas risadas. A Cláudia, de Porto Alegre, estava com a filha, a Alexia, e dividimos os custos do bugge e refeições, além de alguns momentos bem divertidos! 

Enfim, voltei com saudades da vista para o mar, das praias desertas e da água quente do mar. Mas, com a certeza de que “viajar é trocar a roupa da alma”. Sim! E lá em Natal, você troca mais de biquíni do que roupa. Aproveite!"


Tatiana Borges é jornalista, publicitária, amiga dos famosos e blogueira no temporariamente desativado Cotidiano Urbano.





2 comentários:

  1. Eu adoreeeeeeeeei! Obrigada pelo espaço e que seja o post com a maior audiência de todos os tempos no seu blog!!!

    ResponderExcluir